Programa Teleterapia Maceió faz 189 mil atendimentos
Aos 19 anos, Larissa Evelly Silva de Araújo Sobral, natural do Ceará, encontrou no programa de Teleterapia o apoio que precisava para superar um momento difícil e retomar seus sonhos. Ela lembra que se sentia perdida e sem condições financeiras para procurar ajuda profissional.
“Quando encontrei o programa, eu estava no fundo do poço. Meu estado psicológico estava abaladíssimo e eu não tinha condições financeiras para procurar ajuda profissional. Foi nesse momento que descobri a teleterapia e, com a ajuda de um psicólogo excelente consegui começar a conquistar minha saúde mental novamente”, conta.
Larissa reconhece que a iniciativa da gestão municipal foi um divisor de águas na vida dela e de outras pessoas, que como ela, nunca tinham feito acompanhamento psicológico, ao descobrir o programa pelo ChatGPT. “Hoje, me arrependo de não ter procurado antes. Esse cuidado mudou minha rotina, me trouxe autocuidado e transformou minha vida. A ajuda psicológica transforma vidas, muda destinos e torna possível aquilo que parecia impossível. Eu sou a prova disso”, destaca.
Aos 32 anos, Ailana Santos, fisioterapeuta, encontrou no Teleterapia o equilíbrio emocional que precisava para lidar com crises de ansiedade e dificuldades na vida pessoal e até no trabalho. “Achei uma iniciativa muito positiva, pois muitos problemas que enfrentamos começam a partir de um adoecer mental. É simplesmente incrível. Ter um acompanhamento desse porte, com profissionais qualificados”, enfatiza.
Para Ailana, ter acesso a acompanhamento psicológico gratuito representa acolhimento e valorização. ”Depois que comecei tudo mudou. Hoje, socializo melhor, consigo lidar com os desafios da profissão e me sinto mais confiante. Se não fosse esse programa, talvez eu tivesse até desistido da minha carreira. Foi realmente um divisor de águas em minha vida”, revela.
A psicóloga Anne Caroline Omena, 49 anos, também buscou o serviço em um momento de fragilidade, quando cuidava de idosos, estava sobrecarregada e não podia sair de casa para fazer terapia presencial. “O programa foi um divisor de águas na minha vida. Ele me ajudou a retomar meus planos, minha energia e meu olhar para o futuro. Eu tenho orgulho de dizer que sou usuária do SUS e recomendo a todos que conheço. Já indiquei para amigos e familiares, porque sei que funciona de verdade. Se não fosse esse acolhimento, eu estaria estagnada, sem forças para seguir em frente”, ressalta ao reconhecer o apoio profissional recebido.
O programa Teleterapia começou a funcionar como piloto em janeiro de 2025. Em junho, foi lançado pela Prefeitura de Maceió com execução pela Secretaria Municipal de Saúde. Foram feitos 189 mil atendimentos de janeiro a agosto deste ano.
Para o prefeito JHC, o programa representa um compromisso direto da gestão com o bem-estar da população. “Estamos cuidando da saúde mental com a mesma prioridade que cuidamos da saúde física. Nosso objetivo com o Teleterapia é garantir que qualquer pessoa, independente de condição financeira ou de onde mora, tenha acesso a apoio psicológico rápido, gratuito e de qualidade. É um compromisso da nossa gestão com a vida e o bem-estar da população”, afirma.
O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, com 50 psicólogos disponíveis. Para participar, basta fazer um cadastro simples no site (teleterapia.org.br) ou via WhatsApp pelo sistema Pronto! no número (82 3312-5492). É preciso fazer um cadastro inicial e em seguida uma triagem com psicólogo ou assistente.
Após a triagem, é feita a definição do plano terapêutico. A partir do momento que o paciente é acompanhado, é feita uma reavaliação contínua ou alta terapêutica com acompanhamento do progresso. Além do contato via site ou WhatsApp, os usuários também podem contar com as cabines digitais equipadas para o teleatendimento, atualmente na Casa de Passagem e no PAM Salgadinho.
O programa é fruto de um investimento de R$ 5 milhões, viabilizado por emenda do então senador e atual vice-prefeito Rodrigo Cunha. Para a coordenadora do programa, a psicóloga Isabella Costa, os números do atendimento mostram o quanto a população precisava cuidar da saúde mental.
Isabella comenta que a maioria do público é formada por mulheres e que o programa alcança diferentes faixas etárias. “Atualmente, 83,52% dos atendimentos são para o público feminino. A faixa entre 30 e 59 anos concentra 55,56% dos pacientes, enquanto os jovens de 18 a 29 anos representam 39,31%. Já acima de 59 anos, temos 4,96%, e menores de 18 anos, 0,17%. Esses números revelam a diversidade de perfis que o programa acolhe, mostrando que a saúde mental é uma necessidade em todas as fases da vida”, explica ao frisar que o atendimento on-line traz liberdade para pessoas que moram longe, têm dificuldade de locomoção ou pouco tempo disponível.
Para a coordenadora do Teleterapia, o formato digital tem mudado a forma como a população acessa o cuidado psicológico sem interrupções com fortalecimento do vínculo terapêutico, ajuda na prevenção e estimula o autocuidado. Isabella pontua que o atendimento também pode ser realizado presencialmente pela rede integrada. “Se o paciente não se adaptar ao formato on-line ou precisar de um cuidado diferente, há a possibilidade de encaminhamento para uma unidade de saúde da prefeitura mais próxima”, detalha.
A coordenadora também reforça a importância do programa e destaca que a iniciativa é pioneira e coloca Maceió como referência em inovação em saúde mental. “O Teleterapia representa um avanço histórico na atenção à saúde mental. Ele é gratuito, disponível 24 horas por dia e rompe barreiras financeiras, geográficas e até sociais, porque muitas pessoas ainda enfrentam preconceito ao procurar terapia. A gestão JHC mostrou que saúde mental é tão importante quanto à saúde física, e que todos têm direito a esse cuidado. Esse programa já transformou centenas de vidas e continuará transformando muitas outras”, conclui.