Parlamentares cobram da Casal melhorias no abastecimento d'água em Alagoas
Atendendo a um requerimento do Cabo Bebeto (PSL), a Assembleia Legislativa de Alagoas realizou nesta sexta-feira, 29, uma sessão especial para discutir a qualidade e o fornecimento de água nas cidades alagoanas. De acordo com o autor da proposição, comerciantes, escolas, igrejas, postos de saúde e a população em geral, vêm sofrendo com essa situação, que segundo ele, mais parece um descaso e falta e responsabilidade da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) – órgão responsável pelo abastecimento de água no Estado. “Os apelos da população foram determinantes para que o Legislativo tomasse a iniciativa de promover essa discussão e buscar as soluções pela falta de água no nosso Estado”, afirmou.
Cabo Bebeto informou que vem recebendo diversas reclamações em relação a precariedade na falta de água em todo Estado, na sua qualidade, bem como em relação ao saneamento básico. “Depois de a gente ouvir todas as partes envolvidas, vamos elaborar agora um documento para apresentar algumas indicações aqui na Assembleia e alguns outros assuntos iremos tratar diretamente do o Poder Executivo. O importante agora é encontrarmos uma solução para a constante falta de água e resolver este grave problema que atinge quase todas as regiões do nosso Estado”, destacou.
O presidente da Casal, Clécio Falcão informou que o órgão abastece 77 municípios alagoanos, confirmou que o alagoano paga a quarta tarifa mais cara do Brasil e disse que quando assumiu a companhia em 2015, ela vinha dando prejuízos e hoje, após um reequilíbrio tarifário, a Casal vem dando superávit neste últimos três anos. “Um dos nossos grandes problemas em relação a falta de água, principalmente este ano, é a falta de energia. Além disso, temos uma questão estrutural que influencia toda região do semi-árido que é a baixa vazão de água nas barragens do sistema do Rio São Francisco. Por outro lado, com o reajuste tarifário e o combate ao desvio de água feito durante este período, estamos garantindo superávit e fazendo novos investimentos em todo o Estado para sanar os problemas relativos ao abastecimento de água a população”, afirmou.
A sessão contou com as presenças de dezenas de pessoas que sofrem com a falta de água em suas casas ou estabelecimentos comerciais. O empresário maceioense Flávio Barbosa disse vem sofrendo vários prejuízos com a falta de água porque precisa desembolsar mais dinheiro para comprar água a empresas particulares. “Estamos pagando uma taxa água e outra de saneamento por serviços que não existe. Este problema já persiste há 15 anos. A situação chegou a um ponto tão grave teremos que buscar autorização da Casal para perfurar poços artesianos e não ficar sem água em nossas casas”, afirmou.
O promotor Maurício Mannarino Lopes, representante do Ministério Público estadual na sessão, falou da importância do debate e das ações promovidas pelo MP em Alagoas para buscar sanar o problema. “Temos recebido várias reclamações e neste sentido o MP tem uma promotoria especifica para tratar das questões ligadas aos recursos hídricos em Alagoas. Tratamos o problema de forma global como individualmente, ou seja, recebemos denuncias de órgãos públicos e da população, e todas são apuradas, tanto na capital quanto nas promotorias no interior. Hoje temos um aliado muito grande dentro do MP que é a Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI) que vem identificando e buscando soluções principalmente relacionadas ao saneamento básico”, disse o promotor, informando que a população pode procurar a ouvidoria do MP ou ir às promotorias no interior e na capital para fazer suas denúncias.
Participaram ainda da sessão as deputadas Ângela Garrote (PP), Flávia Cavalcante (PRTB), Cibele Moura (PSDB), Flávia Cavalcante (PRTB) e os deputados Davi Maia (DEM), Dudu Ronalsa (PSDB) e Ricardo Nezinho (MDB); representantes dos governos estadual e municipal; servidores da Casal; vereadores do interior; representantes da Equatorial Energia que assumiu na última segunda-feira (18) a operação da Companhia Energética de Alagoas (Ceal) e a distribuição de energia no Estado; além de líderes comunitários e da sociedade civil organizada.