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Paralelo

Estratégia para o futuro

O sistema de produção de ciência, tecnologia e inovação – CT&I brasileiro sofre com os contingenciamentos praticados pelo governo federal na gestão Temer. O Ministério dedicado a essa área para 2018 reservou apenas um terço do orçamento de 2014, ou seja, 4 bilhões de reais. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, por essa razão, viu seus recursos também caírem pela metade e esse ano conta com apenas 1 bilhão de reais para manter 90 mil bolsistas e 20 mil projetos de pesquisas sendo financiados.

O Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico – FNDCT, alimentado por contribuições e taxas cobradas da atividade econômica privada, está completamente contingenciado, impedindo com que a FINEP, por exemplo, invista em infraestrutura de pesquisa no país e equipamentos.

A crise econômica nacional que aflige vários governos estaduais tem afetado diretamente o financiamento à ciência através das respectivas Fundações de Amparo – FAP’s, como são os casos do Rio de Janeiro (Faperj), Rio Grande do Norte (Fapern) e Bahia (Fapesb), por exemplo.

Assim como em vários segmentos do Governo do Estado de Alagoas, a área dedicada a política pública de CT&I tem enfrentado com firmeza a crise nacional e ampliado os espaços de atuação, graças, claro, a solidez fiscal alcançada pela gestão Renan Filho.

Ao contrário do movimento federal de retração do financiamento à CT&I, em Alagoas acontece uma expansão que permitiu, nesses últimos três anos, o governo estadual, através da Fapeal, investir aproximadamente 45 milhões de reais, por intermédio de 46 editais públicos que vão desde a concessão de bolsas para mestrado e doutorado, ao fomento de projetos de pesquisas, apoio a participação de cientistas em eventos nacionais e internacionais e organização de eventos de cunho acadêmico e científico no estado etc.

Em 2018, para simbolizar esse favorável momento que vive Alagoas nessa área, será realizada, pela primeira vez no estado, a 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, tradicional congregação de sociedade científicas, a maior da América Latina e uma das mais antigas em funcionamento ininterrupto do mundo. Acontecerá entre os dias 22 e 28 de julho no campus da UFAL, em Maceió e, provavelmente, atrairá cerca de 14 mil participantes. Há uma grande expectativa da passagem de alguns candidatos à Presidência da República pelo evento, por causa sua importância e visibilidade nacional.

Enfim, Alagoas mostra para o resto do país como um governo comprometido com a gestão pública e fiscal, saúde, segurança pública e educação também reserva espaço privilegiado para o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação, esteios estratégicos para um futuro com mais desenvolvimento econômico e social.

*Economista, professor da Ufal e diretor-presidente da Fapeal

Jana Braga