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Paralelo

Eletrobras paga para falarem mal da...Eletrobras!

Acredite, acontece sempre - para um lado ou para outro - e isso pode fazer parte de uma estratégia de comunicação de quem está no comando de um governo - de empresa pública (ou privada) -, indicou diretores para comandar a empresa com o objetivo de privatizá-la. Não pense que isso é algo novo, pois não é. Aqui estamos falando de versão e convencimento da sociedade, dos formadores de opinião pública.

Recentemente vimos isso na guerra entre simpatizantes e opositores do governo Dilma. Políticos, empresários, meios de comunicação, procuradores, juízes, entre outros, estiveram mobilizados na disputa de versões que derrubaram o governo já fragilizado politicamente. As promessas de solução para a crise econômica não foram cumpridas, assim como boa parte daquelas vozes estava ainda mais envolvida em casos suspeitos de corrupção, caso de Temer e Aécio Neves, por exemplo.

Voltando para Eletrobras, a ideia era mobilizar a opinião pública para construir um ambiente favorável para a sua privatização. O primeiro plano é revelar um cenário de mazelas e problemas na empresa, incapacidade de investimento, ineficiência, incompetência do setor público versus competência do setor privado, enfim.

O esquema foi iniciado em setembro do ano passado. A estatal assinou um contrato sem licitação com a RP Brasil Comunicações, do grupo FSB Comunicação, a maior assessoria de imprensa do país, que recebeu R$ 2 milhões para executar o serviço. Ou seja, conseguir profissionais de comunicação, meios de comunicação e especialistas para falarem mal da Eletrobras e criar um cenário que tornasse urgente a privatização.

É assim que funciona, em vários casos, na política, nas disputas empresariais e entre países. E se você, caro leitor, não perceber como tocam os sinos e para qual direção, pode ser usado como massa de manobra.

Ou, se você não perceber a direção do som dos sinos, se não perceber o jogo e quais são os interesses e vantagens e para quem, você não tem importância, você não influencia, você não conta.

Agora, se você perceber como o jogo é jogado, aí sim, você conta de alguma forma.

Simples assim.

*Jornalista

Jana Braga