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Jana Braga

Por Jana Braga

Sintoma, ironia e ausência na Segurança Pública de Alagoas

É sintomático! O Governo de Alagoas reforçou a propaganda e o marketing da Segurança Pública porque tem a percepção da insatisfação popular na área. Peças publicitárias, anúncios faraônicos, eventos em locais de grande circulação e discursos decorados de Paulo Dantas — com mais potencial para virar meme do que para intimidar criminosos — são ações que, isoladamente, não se materializam nem convencem nos tempos atuais.

Sabemos que não existe uma receita mágica, imediata e definitiva para a violência urbana. Ela não pode ser debatida, tampouco prevenida ou combatida, sem o aprofundamento em fatores, causas, consequências e transformações em sistemas complexos, como o social, o educacional, o judicial, o penal, o penitenciário e até o político.

A ironia é que o Governo de Alagoas, acostumado a interferir e controlar o noticiário político — vale destacar, sem efeito prático na ponta, que é o eleitorado —, não consegue (ou não se atentou a isso) conter o noticiário policial, que, diferente da política, tem mais acontecimentos do que narrativas, especulações e preferências e conta com enorme audiência.

Verdade que o secretário de Segurança, Flávio Saraiva, diferente de outros perfis aventureiros do secretariado de Paulo Dantas, tem atuação e experiência na atividade policial, assim como os quadros da pasta, geralmente, são formados por servidores do segmento. Mas no que pesem as dificuldades de gerir e fazer funcionar toda a engrenagem, ainda tem a ausência de um aspecto, apesar de não ser a finalidade e do serviço público ser impessoal, que tem valor significativo na nossa sociedade: uma voz.

Assim, sem ninguém que dialogue com a população — nem mesmo o governador conseguiu estabelecer esse vínculo —, a sensação de insegurança, as ocorrências e a cobertura delas que falam.

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