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Jana Braga

Por Jana Braga

A quatro dias da eleição da Câmara, prognósticos apontam favoritismo de Arthur Lira

A candidatura do deputado Arthur Lira (PP-AL) a presidente da Câmara Federal contabiliza um número expressivo de votos dissidentes do grupo do candidato Baleia Rossi (MDB-SP). Do PSB ao Democratas e PSL, ele recebeu apoios de parte das bancadas de partidos que apoiam o adversário.

Alguns aliados enxergam o cenário como consolidado e falam até em vitória no primeiro turno. De fato, a candidatura de Lira cresceu na articulação encabeçada pelo próprio e turbinada pelo Governo Federal - leia-se, cargos e emendas. Mas muitos parlamentares fazem jogo duplo. Se no voto popular não se pode ousar antecipar vencedores, no voto político - 513 deputados - a imprevisão é praticamente uma regra de cautela. Porém, a imprensa nacional aponta o favoritismo do alagoano.

A campanha chegou na reta final com os dois principais grupos marcando suas posições. O ponto central é a postura institucional do próximo presidente da Câmara dos Deputados em relação ao Palácio do Planalto. Apoiado por Jair Bolsonaro, o deputado Arthur Lira se equilibra para não parecer tão comprometido com o bolsonarismo, por exemplo, ao refutar o voto impresso e reforçar confiança no sistema eleitoral brasileiro, mas também "passa pano" (gíria de internet) na posição ideológica - sem lógica - do presidente, que gravemente procurou descredenciar as vacinas para Covid-19, sem que tenha capacidade científica, e atrapalhou a condução do Ministério da Saúde no enfrentamento da pandemia.

O outro bloco usa exatamente o discurso da casa virar um anexo presidencial para conquistar adeptos. Mas aliados de Arthur Lira sopram discretamente que por ser um político pragmático ele saberá dividir campanha e Parlamento. No entanto, somente a prática para sabermos.

Conterrâneos garantiram a passagem para Brasília.

A depender do resultado da eleição, alguns podem até se mudar.

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