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Jana Braga

Por Jana Braga

Da adesão ao antagonismo, o mito da invencibilidade de Renan Filho

Se quiser dialogar com a realidade, ninguém deve contestar que Renan Filho é um gestor preparado da sua geração política e que, no contexto eleitoral alagoano, é forte candidato. E mais: que ele lidera, como poucos, a própria campanha e que carrega o aprendizado de três majoritárias no estado. Mas todos devem contrariar o mito de que ele é eleitoralmente imbatível, pois isso habita tão somente o campo da vontade, além de transmitir desprezo pelo direito individual e coletivo de votar.

Um adversário eleitoral para concorrer com o ex-governador não pode ser qualquer um — óbvio. Há mais políticos alagoanos sem essa condição do que o contrário. Porém, ainda que de significativo currículo eletivo (prefeito, deputado federal, governador e senador), Renan — que era o filho do Renan Calheiros, tanto se consolidou como Renan Filho que o original foi rebatizado “Renan pai” — ainda não enfrentou um oponente em condições de igualdade, porque os Calheiros, como players políticos, são especialistas em limpar o terreno. É justamente o que detectaram nas movimentações para a indicação da ministra Marluce Caldas ao Superior Tribunal de Justiça.

Com Brasília e a política nacional inteira para conquistar, retornar ao Governo de Alagoas não é (ou não era) o projeto de Renan Filho, mas ele precisa reeleger o senador Renan Calheiros. De modo que essa é sua prioridade número um, dois e três.

Como qualquer político, o ministro dos Transportes, que já se coloca no panorama para afastar interessados, tem suscetibilidade aos debates e narrativas certas. Levando em conta que só existe candidatura robusta com campanha idem, nesse quadro, para ter eleição (disputa) para o Governo, é indispensável que haja outro candidato capaz de mobilizar, atrair e representar o arco do voto pró e do voto contra, da adesão ao antagonismo.

Há?

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